Conversas com sucesso sobre Educação Inclusiva: A Missão de Ouro do EENET
Dr Joseph Kisanji
E A missão do EENET devia consistir em iniciar e manter uma conversa Sul-Sul e Sul-Norte entre pessoas que exercem actividades concretas que servem na área de educação inclusiva. A ideia da conversa foi aceite quase instantaneamente e a palavra surgiu na declaração relativa à missão do EENET assim como em quase todos relatórios posteriores, no Boletim e noutros documentos.
Será que a palavra conversa significa o mesmo para todos os que estão envolvidos nas questões da inclusão e da exclusão?
Conversa implica uma participação activa. Apesar das mudanças na sala de aula e das estratégias baseadas na escola e na comunidade, as rotinas tradicionais continuam a impedir uma interacção significativa. Parte do problema pode residir na nossa errada interpretação dos termos “participação” e “envolvimento”, e isto torna-se patente nos programas de reabilitação de base comunitária (RBC). Mesmo com a melhor das intenções, mas devido à sua formação e à utilização dos materiais que são recomendados, os trabalhadores de reabilitação muitas vezes limitam-se a explicar às famílias o que querem e esperam que elas obedeçam em vez de as envolver na discussão como parceiras, de igual para igual.
Se o EENET pretende cumprir a sua missão, têm de ser garantidas as condições capazes de permitir uma conversa com significado. Deverá encorajar a igualdade, a comunicação e as relações inter-culturais, de modo a evitar estereótipos, domínio e imposição de valores estrangeiros na educação inclusiva. Mas a melhor forma é, tal como tem sido sugerido por alguns educadores, “entrar num diálogo aberto, em que nenhuma das partes tenha o controle e em que não haja posições culturais privilegiadas”. Precisamos de analisar as nossas atitudes à luz destas concepções e de as mudar de acordo com elas.