Incluindo os Excluídos nas Escolas Checas
Alison Closs
Nos últimos dez anos, têm-se verificado mudanças drásticas nos países ex- comunistas da Europa de Leste e Central. Estas mudanças transformaram a maior parte dos aspectos da vida. Sob o comunismo o sistema educativo Checo era extremamente centralizado, académico e baseado no conhecimento. Desde que ocorreram as mudanças, o sistema tem sido abalado por “experiências” na estrutura das escolas e no currículo. Grande parte da responsabilidade transferiu-se do governo central para as autoridades locais e para escolas. Este artigo sublinha as questões relacionadas com a exclusão durante este processo de mudança.
A legislação que reconhece o direito à educação a todas as crianças faz parte integrante da reforma educativa. As escolas públicas e privadas abriram as suas portas às crianças com graves dificuldades de aprendizagem, em todas as regiões do país. A pressão para que tal acontecesse veio dos pais, de novos grupos de voluntários e de um grupo dos principais profissionais. Os direitos e as potencialidades das pessoas com dificuldades de aprendizagem têm sido promovidos por profissionais dedicados, mesmo quando parece haver pouca esperança de sucesso.
A educação das crianças Ciganas é problemática e as questões com ela relacionadas são extremamente complexas. A inflexibilidade e a natureza académica da educação regular na República Checa levam a que a inclusão e a diversidade não sejam priorizadas pela maior parte das escolas. Desde a queda do comunismo têm sido largamente publicitadas incidentes racistas. Isto trouxe a descoberto os preconceitos da maioria dos Checos brancos relativamente à população cigana, considerada inferior e devendo ser orientada para escolas especiais.
Calcula-se que cerca de 50% das crianças ciganas frequentam escolas especiais. Só uma minoria dos que frequentam as escolas regulares completam a sua escolaridade.
Há agora sinais de esperança para o povo cigano na República Checa. Uma organização não governamental, Nova Skola, conseguiu formar e colocar cerca de oitenta assistentes Ciganos em salas de aula de escolas regulares para trabalharam com as crianças ciganas. Apoiam a aprendizagem conjunta de crianças Checas e Ciganas, ultrapassando as barreira culturais e linguísticas. Conseguem isto, desenvolvendo a auto-estima das crianças ciganas, modificando a atitude das escolas e trabalhando com as respectivas famílias. Outra ONG recebeu um financiamento para recrutar tutores voluntários para trabalharem com os ciganos adultos que queriam progredir na sua educação. Os tutores ajudam-nos a complementar a educação primária ou a promover os seus diplomas das escolas especiais. Isto é necessário para que possam entrar na maioria dos programas de formação profissional e emprego.
Finalmente, algumas das barreiras de desconfiança entre os vários grupos parece estar, não a desaparecer, mas, pelo menos, a diminuir em alguns lugares. Isto tem permitido uma troca e desenvolvimento de ideias. Para alguns é difícil a transformação e as atitudes levam tempo a modificar-se. A inclusão plena do povo Cigano, dentro e fora das escolas, está ainda longe mas agora parece ser algo mais do que um sonho.
Para mais informações contactar: Alison Closs Dept of Equity Studies & Special Education Moray House, Institute of Education, University of Edinburgh Edinburgh, EH8 8AQ Tel: 44 131 651 6443 Fax: 44 131 651 6511 Email:Alison.Closs@ed.ac.uk