A Entrevista Do EENET: Informações sobre a Inclusão nos Camarões
“Tenho uma necessidade premente de receber mais informação sobre a Educação Inclusiva. Ficarei muito grato ao EENET se me enviar esta informação”.
Patrick Fonyuy é o coordenador duma associação local chamada “Volunteers for the Disabled”(VOFODIS). Durante os últimos cinco anos tem estado a trabalhar como voluntário com crianças deficientes, especialmente com os que apresentam problemas de desenvolvimento. Patrick é um cidadão dos Camarões, fluente em Inglês, da Província do Noroeste – uma das duas províncias de língua oficial inglesa deste país. Fizemos-lhe esta entrevista para sabermos qual a importância do EENET no seu trabalho.
Como é que teve conhecimento do EENET?
Tive conhecimento do EENET através dos boletins que nos chegaram por intermédio do “International Department of Special Needs Education” da Universidade de Oslo, na Noruega.
Porque está tão interessado em se envolver?
Enquanto pessoa muito interessada na política da “Educação para Todos”, acredito que partilhar ideias sobre a educação inclusiva pode ajudar a mudar as mensalidades – especialmente no meu país em que há pouco ou nenhum interesse na educação das pessoas marginalizadas. Deverá ser referido que a maioria das crianças com necessidades especiais são ainda consideradas como marginais em grande parte das comunidades. Muitas vezes ficam escondidos em casa e não são aceites nas escolas regulares-.
Qual é o seu envolvimento na educação de grupos marginalizados?
Como coordenador do VOFODIS, temos desenvolvido uma campanha de sensibilização lutando pela promoção e protecção dos direitos e inclusão das pessoas com deficiência. Falámos com responsáveis pelas orientações políticas, professores, alunos e pais sobre a necessidade de uma Educação para Todos. Para encorajarmos uma educação inclusiva nas nossas escolas podemos adoptar uma estratégia de apoio Criança-a-Criança . Também estamos a planear incluir a educação dos albinos, das crianças de rua e das crianças traumatizadas da guerra vinda de países vizinhos.
“Uma perigosa epidemia que contamina as nossas comunidades é a falta de informação.”
O que poderá fazer para promover o EENET?
Penso iniciar uma sensibilização do público e uma campanha para publicitar as actividades do EENET nos Camarões e na áfrica Ocidental, através da organização de seminários para as organizações de solidariedade, incluindo a Reabilitação de Base Comunitária.
Como é que o EENET o pode ajudar no seu trabalho?
Na áfrica ocidental a educação de crianças com necessidades especiais está a dar os primeiros +passos. Juntar associações e organizações que lutam pelos mesmos objectivos pode ajudar a trocar ideias e experiências sobre a inclusão. O que mais precisamos aqui no Sul é informação e recursos materiais. é necessária uma grande campanha de sensibilização. A troca de informações pode ajudar a promover a inclusão nas nossas comunidades Nd poucas pessoas se preocupam sobre o bem estar dos grup0os marginalizados., Também precisamos de oportunidades de formação para nos ajudar a desenvolver e a partilharmos os nossos conhecimentos.
“Obrigada por todos os documentos interessantes que me mandaram. São muito úteis para nós que estamos a lutar pela inclusão sem nenhuma documentação”.
Já utilizou o site do EENET?
Infelizmente não tem sido possível olhar para os recursos do EENET na Internet. Aqui não é fácil ter acesso a´Internet. Está essencialmente na mão das empresas e elas levam muito dinheiro.
Coimo pode o EENET melhorar os seus serviços?
Antes de mais , gostaria de agradecer o que o EENET tem feito até agora para promover a educação dos grupos marginalizados em todo o mundo. Penso que isto é uma meta no âmbito da educação das crianças com necessidades especiais. No entanto o EENET pode descentralizar os seus serviços estabelecendo laços com agências regionais que podem ajudar a disseminar a informação. Proponho, igualmente, que o EENET concentre parte dos seus recursos na formação de formadores. (isto é indispensável para a promoção da educação inclusiva nas comunidades em áfrica.)
Patrick Fonyuy Shey pode ser contactado em:
Camaroon, West Africa.
Email: ndzejones@hotmail.com ou fonyuy@syfed.cm.refer.org
A entrevista
Em cada número do EENET apresentamos uma entrevista. No número 2 ouvimos Ana Maria, em Portugal, que traduz o boletim em Português. No n.º 3 Nithi, da áfrica do Sul, falou-nos sobre a utilidade que o conjunto de vídeos “Preparing Teachers in Lesotho” tem tido no seu trabalho como formadora. Há alguma coisa que gostaria de partilhar connosco no próximo número? Por favor mandem-os as vossas ideias.