Foco na Política: Bangladesh
M. Mahruf Chowdhury Shohel
Cerca de metade da população do Bangladesh, num total de 130 milhões de pessoas, vive abaixo do limiar de pobreza. Neste artigo, Shoel apresenta os planos do Governo para erradicar a iliteracia através da educação básica. Foca, em particular, o papel da educação não formal, enquanto sistema complementar do sector formal.
No Bangladesh, a educação primária recebe cerca de metade do orçamento da educação. No entanto, de entre os 20 milhões de crianças em idade de escolaridade primária, quatro milhões não frequentam a escola, outros quatro milhões (ou mais) abandonam-na por razões de pobreza, e outros que completam a escola primária mal são capazes de ler ou escrever. Em 1995 foi estabelecida a Direcção da Educação Não-Formal para coordenar as acções do governo e das iniciativas privadas, de modo a garantir a efectivação duma educação básica.
O Plano Quinquenal (1997-2002) estabelece que: “O objectivo da educação não-formal, para além de proporcionar aos alunos competências relacionadas com a literacia, numaracia…deveria estender-se a áreas tais como o bem-estar emocional e físico…e capacidades de liderança.” Refere, igualmente, a expansão da educação não-formal através de centros de literacia de massas e através da mobilização de esforços capazes de incentivar as agências exteriores ao Ministério da Educação na recolha de fundos.
A Política Nacional de Educação de 2000 estabelece que serão realizados mais programas de literacia através de métodos de educação à distância, utilizando a rádio, a televisão e outros meios de comunicação; e que a Direcção será transformada numa instituição de educação contínua e de desenvolvimento de competências.
As escolas não-formais de base comunitária, com os seus horários flexíveis, são muito eficazes no trabalho com as crianças e na educação de adultos. Os objectivos dos programas de educação não-formal dirigidos por organizações não governamentais consistem em reduzir a iliteracia generalizada.; contribuir para a educação básica das crianças, especialmente as das famílias mais pobres; promover a educação das raparigas ; dar mais poder às mulheres e apoiar o programa do governo de uma educação básica universal.
Depois de completarem os cursos não-formais, as crianças podem continuar a sua educação, inscrevendo-se em escolas primárias e secundárias formais, nos níveis que lhe são adequados. No entanto, os laços entre a educação formal e não formal têm de ser mais firmemente estabelecidos.
O carácter rígido da educação não formal tem muito que aprender com as perspectivas inovadoras da educação não-formal que é mais centrada no alunos e que enfatiza mais a educação activa. A educação não-formal é complementar ao sistema formal de educação para os grupos carentes e vulneráveis e deste modo a educação floresce no Bangladesh.
M. Mahuruf Chowdhury Shoel está a actualmente a estudar na Universidade de Manchester e pode ser contactado através do EENET ou através do email: mcshohel@yahoo.co.uk ou muhammad.m.shohel-2@stud.man.ac.uk
“O sistema de educação não formal visa as crianças que não podem ser admitidas nas escolas primárias, as que abandonam as escolas, os adolescentes que caem na iliteracia ou os jovens e adultos que nunca beneficiaram de qualquer escolaridade.” Divisão Governamental de Educação de Massas e de Educação Primária.”